Tantas coisas se revelam nos esconderijos das obviedades, basta-nos apenas exigir silêncio à gritaria de inutilidades que reveste como couraça aquilo o que há de admirável no real. No caso presente o admirável é impróprio, falarei de algo espantoso. Uma questão, uma simples questão que faz com que um arranha-céu com alicerces cravados no inferno, erigido para sustentar argumentos em defesa da morte de bebês, seja implodido. A questão é: Por que nos procedimentos médicos do aborto, mata-se a criança no útero de sua mãe, quando pelo o que parece seria possível matá-la fora? Nesse caso, o local do delito não faria diferença alguma à perfeita conclusão do crime. A resposta talvez a esse mistério seja simples, óbvia: matar um bebê, sem escutá-lo gritar deve ser mais fácil. Por isso, fazem tudo ali, no ventre da mulher; estraçalham membro a membro, matam envenenado, morte que pode levar até 48h. Vocês sabem, é proibido eutanásia em animais com a mesma solução salina com que é permitido que se mate bebês no útero de suas mães. Sabe por quê? Porque causa muito sofrimento aos animais.
sábado, 25 de junho de 2022
sábado, 18 de junho de 2022
Proibidão kids
Certa feita fiquei abismado com o fato de que a simples necessidade de demonstrarmos certas coisas, pode revelar a profundidade da bestialidade daquele a quem tentamos demonstrar algo. Veja só, é um fenômeno revelador e curioso, porque não diz respeito somente àquele que nós tentamos algo demonstrar, mas também, a nós que demonstramos, pois, o ato de explicar, por si só parece estar sempre imbuído de alguma dose de caridade. Mostrar as razões de qualquer coisa para alguém, na maioria das vezes é um ato quase tão imediato - ou deveria ser - quanto oferecer alimento a quem descobrirmos estar com fome. A necessidade de explicar algo vem em tamanha velocidade, que dificilmente refletiremos o absurdo de explicar certas coisas.
Resumirei onde quero chegar em uma simples frase: "no dia em que tivermos de explicar a um soldado experiente, quais as razões da disciplina e da hierarquia na atividade militar, teremos a prova peremptória da completa falência da atividade militar em questão.
E o que diabos tenho de demonstrar? Que não é adequado crianças de menos de dez anos dançarem funk. É inevitável que depois disso, risadas na corda bamba entre o cômico e o desesperador, caiam dos cantos de meus lábios como lágrimas caindo das esquinas de meus olhos. Devo assinalar que sinto a poesia, talvez na marcha da providência, vindo proteger meu coração das flechas desferidas pelas bestas da perdição do mundo. Mas, não nos percamos. O presente fato de que tenho de explicar porque esse tipo de dança não deve ser dançada por crianças, leva-nos a conclusões aterradoras.
Há menos de uma década, eu acho, a questão não era se as crianças poderiam ou não dançar funk, mas sim, o que deveríamos fazer com esses depravados odientos que dançam isso? Mas não, do jeito que as coisas estão, logo teremos o proibidão gospel, proibidão para o natal e quem sabe ouviremos o slogan: músicas indecentes para pessoas respeitáveis. Paremos de imaginar e tombemos na realidade. O mal não respeita os degraus da elevação de sua baixeza, ele pula etapas. Não foi preciso existir o proibidão gospel ou o proibidão para o natal para que só depois surgisse algo evidentemente nojento. Os bárbaros animalescos encontraram uma maneira de ir direto para o proibidão kids.
Depois desse prólogo de filme de terror, desprezível até mesmo ao respeitabilíssimo Zé do Caixão, vou lhes demonstrar os motivos que me fazem realmente crer que alguns gramas a mais de sanidade no cerebelo do corpo social, seria o suficiente para jogarmos na cadeia qualquer um que defenda a ideia de funk para crianças. Como aceitar que crianças façam uma coisa que não sabemos se são passos de uma dança que imitam posições sexuais, ou se são posições sexuais que imitam uma dança? Porque veja só, para que surja uma gravidez de um casal que venha a dançar funk, não é preciso que eles façam sexo, só é preciso que eles estejam dançando funk sem roupas. E nossas crianças estão dançando isso? Estão.
Mas a pergunta é: como isso é possível? Pois, não estou falando que existem algumas crianças dançando funk na aba das fimbrias da periferia de um lugar periférico. Refiro-me, por exemplo, a uma escola particular de Goiânia que no bailinho de crianças de menos de dez anos, resolveu que não teria problemas se elas dançassem um proibidão. O que de alguma forma me acalenta é que disso tivemos um pequeno escândalo, nesse caso, um tênue sinal de vida da moralidade brasileira que mesmo moribunda, ainda não morreu. Agora o que me amedronta é que desse acontecimento, passaram-se apenas um ano e temo dizer que pelo menos no ensino público esse mesmo caso não provocaria escândalo nenhum.
Daqueles que a luz do dia defendem o proibidão kids, o argumento mais comum é: "são só crianças, elas não tem malícia, o mal está nos olhos de quem vê". Isso não é apenas um argumento canalha, é a transferência de responsabilidade do crime que estão cometendo. É verdade, as crianças não têm malícia, por isso são vulneráveis e precisam ser protegidas, não expostas a um ritmo pré-coito feito para animar a suruba de traficantes. Pois bem, pensemos sobre o principal. A diretora da escola do funk proibidão kids, disse que as dezenas de professores que estavam no local enquanto meninas e meninos ainda não alfabetizados desciam até o chão, não perceberam a sexualização na música. E eu acredito nela. Na média a população brasileira pensa e comporta-se como pensavam e se comportavam os detentos do Carandiru.
sábado, 4 de junho de 2022
Crianças dançando funk
O mal avança no trote impetuoso de um cavalo ideal. Impressiona-nos como a decadência é hábil em provocar estragos exuberantes, mesmo em um curto espaço de tempo. Parece que geração alguma, será privada de observar os efeitos da putrefação do corpo social. É como se toda gente tivesse de experimentar com os próprios olhos os efeitos do mal em tudo. Na partitura da sinfonia cósmica, o mal fôra escrito em negrito; uma gentileza de nosso Senhor. E faz todo sentido que ele seja sempre tão enfático. Não que desconsidere o mal silencioso, entretanto, mesmo esse grita pela constância em que ocorre: mil sussurros abafam o mais alto dos gritos.
Não sei se é a velhice que nos faz casmurros, sei que como é natural com tudo o que amadurece, quanto mais maduros ficam meus olhos, mais tenho a sensação de que de podres cairão das órbitas. Diz-nos o evangelho que o olho é uma luz que a tudo ilumina e que se nas trevas estiverem, somente as trevas verão. Há uma fulgurante verdade aí, mas a luz afiada de um relâmpado atrasado corta as trevas de algo não observado. Refiro-me ao fato paradoxal de que quem não percebe a presença da mão bandida do mal sorrateiramente furtando a potencialidade do ser, está cego ou pela inocência ou pela covardia.
E tudo isso que vou escrevendo, nas subidas e descidas de ideias que irrompem meus planos literários, o faço para afirmar que fico abismado com a situação moral do país que meus pés tocam. A verdade é que o país pouco me importa, abismei-me quando vi crianças dançando funk no pátio de uma escola pública. E o pior não é a decadência própria disso, mas o aterrador futuro que se nos apresenta quando pela imaginação progredimos os acontecimentos que se sucedem do fato de que hoje crianças dançam funk no pátio das escolas.
Para fazermos este exercício imaginativo, primeiro lembremo-nos de que funk não é música, mas sim, ritmos pré-coito inventados para animar a suruba de traficantes. Agora retornemos ao fato de que, estimuladas por instituições educacionais, constituídas em sua maioria por pedagogos e gente "estudada", crianças com menos de dez anos estão dançando isso nas escolas. Será que esses animais não percebem que estão pavimentando um caminho para a objetificação sexual de crianças? Ou essas bestas estão tão depravadas que perderam completamente a sensibilidade para a decência? Sem dúvida alguma a decência hoje é uma ideia que faz com que os macacos com RG mostrem os dentes, como se ela fosse algo ultrapassado. Veja só decência?! Bacana mesmo é sermos promíscuos na medida certa. No fundo há uma espécie de pacto social que modula as interações sociais aí no mundão. Ele se dá assim: "você na intimidade, não precisa ser um completo depravado, mas não é de bom tom, em público, parecer muito decente".
É surpreendente como logo depois do Pecado Original, o gênero humano vêm em uma vertiginosa queda que parece não ter fim. Os otimistas que olham para a história e veem o lado bom, estão muito provavelmente vendo algum lado debaixo da terra. São avestruzes que observando minhocas a rastejarem sobre suas próprias fezes, julgam estarem vendo gaivotas rasgando o azul do céu. Certamente o ponto alto de nossa história, foi a vinda de Cristo, que não tirou o mal do mundo, mas deu-nos a possibilidade de uma esperança que paira como que se equilibrando no fio de barbante que no horizonte separa a terra do céu. Esperança que se equilibra no centro gravitacional de nossa fé, que por uma força transfísica nos dá coragem para enfrentarmos uma guerra que pela nossas forças já está perdida, mas que para ser vencida pela força de Deus precisa ser lutada por nós.
São Josemaria Escrivá
Sulco: Trabalho 508 - O Senhor tem o direito - e cada um de nós a obrigação - de que O glorifiquemos "em todos os instantes". Por...